sábado, 12 de março de 2011

 

Homossexualidade e adolescência

A família é, sem dúvida, o principal grupo de apoio para os jovens pertencentes aos grupos considerados minorias. Negros, judeus, índios, portadores de necessidades especiais etc encontram em suas casas proteção e segurança. A família normalmente reforça a auto-estima de seus filhos, seja através da identificação de traços culturais, seja através de amor e aceitação.
Logicamente há exceções. Certas famílias acabam reforçando a inferiorização dos filhos, induzindo-os a se adequarem aos padrões sociais dominantes. Como exemplo, posso citar mães que levam filhas pequenas negras ao salão para alisar os cabelos e chamam os cabelos das meninas (e seus próprios) de “cabelo ruim”.
Contudo, por mais que esse tipo de atitude seja prejudicial, para os jovens homossexuais a realidade costuma ser pior. Em muitos casos, a própria família é a primeira a discriminá-los. Muitos jovens sofrem, dentro de suas casas, as mais diversas formas de violência física e/ou psicológica. Muitas famílias ainda expulsam os jovens de casa e, em casos extremos, podem chegar a matá-los.
Lidar com a homossexualidade é sempre mais difícil para os adolescentes, justamente pela grande carga de preconceito sobre orientações sexuais consideradas “anormais” e esse período da vida é o da experimentação da sexualidade, que estruturará a sua identidade.
Se formos buscar as origens culturais da homofobia, veremos que ela se baseia no controle da produção social. Casais homossexuais não geram filhos, logo não geram mão-de-obra futura. Baseia-se, também, na dominação masculina sobre a mulher. Os homens são a parte “ativa” da relação e as mulheres a “passiva”. Ao homem é dado o direito ao prazer, à mulher apenas o direito de ter filhos e de ficar calada. Homens que “dão”, ao invés de “comer” e mulheres que “comem” ao invés de “dar” estão transgredindo a ordem impingida como “natural”, portanto, devem ser

Discute-se educação sexual apenas por um viés considerado “normal”. Se, na escola, um/a jovem ousa mostrar desejos diferentes dos esperados, certamente provocará uma sensação de desconforto e estranheza tanto em colegas quanto em professores. As reações variam muito. El@s podem ser ignorad@s, condenados à invisibilidade, ou podem sofrer violência verbal e até física. De uma forma ou de outra, são mantidos em uma condição de marginalidade.
Isso faz com que a maioria prefira manter-se na obscuridade, não declarando abertamente sua homossexualidade.
É preciso que haja a compreensão de que jovens gays e lésbicas são homens e mulheres perfeitamente “normais”, apesar de não agirem de acordo com os comportamentos de gênero considerados como “masculinos” e “femininos”, e que merecem respeito como qualquer outro jovem.



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